sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Drogas: inimigas da vida




O que é o que é?


Está entre a infância e a idade adulta e acontece quando temos entre 12 e 18 anos?


Quem respondeu adolescência, acertou. É uma fase de muitas mudanças, em que começamos a perder alguns privilégios da infância para adquirir responsabilidades que vão nos preparar para a etapa seguinte, em que seremos considerados adultos.

É, de fato, um período muito especial, cheio de novas experiências e descobertas! Por outro lado, é também uma etapa bem delicada. É comum, por exemplo, os jovens se afastarem da família para mostrar que já conseguem se virar sozinhos, sem a ajuda dos pais. E aí mora o perigo: agindo assim, os adolescentes ficam mais vulneráveis e se expõem a maiores riscos. Um deles é o uso de drogas, tanto as consideradas lícitas, como o cigarro e o álcool, como aquelas que são proibidas, caso da maconha e do crack, por exemplo.

A triste notícia é que o consumo de drogas está começando cada vez mais cedo. Em entrevista ao Portal Aprendiz, o psiquiatra Jairo Bouer explica que "a criança está exposta a vários tipos de drogas desde pequena: cresce vendo o pai chegar em casa e beber uma dose para relaxar, a mãe que toma um remédio para emagrecer e a avó que toma calmante para dormir. Quando chega na adolescência, vai se perguntar o porquê de não usar também. Por isso, é preciso ficar atento às atitudes dentro da própria casa", advertiu.

E vale lembrar: quanto mais cedo o jovem tem contato com a droga, maior é o risco dele se tornar usuário frequente. “Hoje, eles têm contato com o álcool aos 11 anos, com cigarro aos 12 e com a maconha aos 13", disse o médico.
Drogas na escola

Um dos ambientes onde acontece o primeiro contato com as drogas é a escola. Distantes da vigilância dos pais, as crianças e jovens se sentem mais à vontade para experimentar coisas novas. Tanto que muitos traficantes costumam ficar por perto de escolas só esperando uma chance para se aproximar. E, nessa hora, vale lembrar aquele precioso conselho de mãe: “Não converse com estranhos”.

O problema é que nem sempre são estranhos que oferecem drogas aos adolescentes. Às vezes, numa festa da "galera" da escola, surge aquele colega oferecendo um cigarrinho de maconha ou um lança-perfume. De acordo com especialistas, o principal motivo que leva o jovem a experimentar drogas é a curiosidade. Outro motivo é simples: "se todo mundo está fazendo, eu quero fazer também".

Lembre-se sempre, plenamigo: ninguém precisa ser igual ao amigo ou agir igual a todo mundo para ser aceito no grupo. Muita gente acredita que o consumo esporádico de drogas não faz mal.


Errado.


Todas as drogas prejudicam a saúde, perturbam os estudos e alteram o humor. E o mais preocupante: ninguém sabe com antecedência se vai ou não se tornar um viciado.

Uma pesquisa feita pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), que ouviu cerca de 50 mil estudantes de escolas públicas, constatou que eles estão usando drogas cada vez mais precocemente. Crianças de 10 anos de idade já começam a ter contato com as drogas - e o álcool, na maioria das vezes, é a porta de entrada para o vício.

"De um lado, há uma série de pressões culturais e sociais para que o jovem beba. De outro, existe a curiosidade e a necessidade de experimentação inerentes à fase da adolescência. Essa combinação faz com que a maior parte dos jovens já tenha bebido antes de sair do ensino médio", analisa o psiquiatra Bouer.

E aí já dá até pra imaginar o resultado no desempenho escolar. Alunos que usam drogas faltam muito e tiram notas baixas. Além disso, o relacionamento com os amigos também pode ser prejudicado por causa das drogas.

Apesar de a legislação brasileira permitir o uso de bebidas alcoólicas somente a partir dos 18 anos, 90% dos estudantes entrevistados afirmaram que elas são facilmente adquiridas.

"Tive que sofrer para perceber"

O publicitário Jorge Borges, que mora em Brasília, é um exemplo do que dizem as pesquisas.


Hoje com 34 anos, ele conta que luta para se livrar da dependência do tabaco. O vício começou na escola quando ele ainda era adolescente. Acompanhe a entrevista que o Plenarinho fez com ele.
Plenarinho: Com quantos anos você experimentou cigarro pela primeira vez?

Jorge: Com 15 anos.

P: Como foi?

J: Eu estava na escola e meus colegas me ofereceram. Eu achava bonito e queria fazer parte da turma e acabei experimentando. Na primeira vez eu lembro que fiquei tonto e quase caí no chão.


A partir daí, não parei mais de fumar.

P: E como você fazia para comprar cigarro, já que crianças e jovens são proibidos de comprar?

J: Eu usava o dinheiro do lanche. Infelizmente o vendedor não respeitava as leis e vendia pra gente, apesar de todo mundo ter menos de 18 anos. Meus pais logo descobriram e me proibiram de fumar, mas eu continuei fumando escondido. Foi muito ruim porque acabei brigando com eles.

P: Hoje em dia, o que vcê acha disso?

J: Hoje eu acho que fiz uma grande besteira. Além do dinheirão que já gastei com cigarro, tenho sérios problemas de saúde. E o cigarro ainda me abriu as portas para outras drogas.

P: Que conselho você dá para as crianças que vão ler esta entrevista?

J: Eu diria pra elas nunca experimentarem cigarro, nem nenhuma outra droga! Mesmo que seus colegas fumem e que pareça divertido, não caia nessa, pois o cigarro não traz absolutamente nada de bom. Se por acaso você estiver passando por problemas emocionais, como acontece com muitos adolescentes, converse com seus pais, pois são eles quem melhor pode ajudá-lo. Somente longe das drogas é possível ter uma vida saudável e feliz. Infelizmente eu tive que sofrer para perceber isso. Mas garanto que aprendi a lição.

Campanhas

Por mais que se fale que as drogas fazem mal e que devemos ficar longe delas, temos que admitir que muitas vezes é difícil resistir às propagandas que tentam nos vender esses “produtos”. O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defende a diminuição das campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas. Para o ministro, é importante educar o jovem e as crianças em relação ao perigo de misturar álcool e direção. E a propaganda de cerveja continua sendo um fator de estímulo ao grande consumo de bebida.

O assunto é tema do Projeto de Lei 2733 de 2008, que aguarda votação na Câmara. O deputado Nazareno Fonteles, do PT do Piauí, também quer barrar o marketing das cervejarias, aqueles cartazes com gente famosa segurando a cerveja. Para o deputado, a cerveja é um problema. O diretor do Departamento de Análise de Situação de Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde, Otaliba Libânio Neto, falou que desde 2006 o consumo de álcool não para de crescer e é considerado pelo Ministério da Saúde uma das maiores preocupações nos dias de hoje.

O crack também é motivo de preocupação. Tanto que, em janeiro deste ano, o governo federal lançou uma campanha de alerta e prevenção contra o uso dessa droga, que é derivada da cocaína e possui alto grau de dependência.

Segundo pesquisa recente feita pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), 0,1% da população do país consome a droga. O índice é bem menor se comparado ao do álcool, tabaco, maconha e cocaína, mas os danos causados pelo crack são tão graves que essa percentagem já é preocupante.

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